Mulheres apaixonadas mas guerreiras, livres mas leais, sensuais mas amorosas, decididas mas carinhosas.
Parecemos de ferro, mas nosso coração é meigo.
Quando amamos, nos entregamos incondicionalmente e livremente ao AMADO.
Somos a Corsa, a Esposa, a Amiga, a Irmã. Somos tudo para o Amado sem sermos dele.


Mulheres do Fogo são...
Mulheres, Filhas da Divina Feminilidade!

20 de out. de 2010

Degradante

Quem já foi a Amsterdam, com certeza já visitou a "zona" de lá. Um espetáculo deprimente e um aviltamento à condição da feminilidade.
As mulheres são expostas em vitrines, como carne no açougue!

Não sou moralista, nem tenho nada contra as mulheres que optam pela prostituição profissional, seja por vontade, seja pela extrema necessidade de ganhar algum dinheiro, mais do que conseguiriam no "mercado de trabalho convencional" aqui na europa... já passei por isso e, portanto não estou julgando aquelas mulheres de Amsterdam.

Todavia, enoja-me a forma como as prostitutas são apresentadas ao mercado, em lojas (prostíbulos legais) que as exploram. Andei conversando com algumas delas que falam inglês e francês, a maioria delas vem da Europa do Leste, sem nenhuma qualificação profissional e, portanto, não cabem no mundo europeu neo-liberal. Fui do ramo, sei como conversar com elas. Fiquei muito assustada com o que me contaram.

São exploradas mais do que eu fui no meu tempo! Ganham por comissão... muitas estão com seu passaporte vencido ou seu visto, e são refens dos empresários da cafetinagem. São escravas! e obrigadas a atender qualquer exigência dos clientes.
Não sei porque estou colocando isso aqui no blogue! Talvez para aliviar minha indignação. 

Associei-me como voluntária a uma Organização que atua com essas mulheres. O objetivo não é livrá-las da prostituição, pois a maioria delas não tem muitas alternativas para sobreviverem no capitalismo europeu,  mas libertá-las da escravidão promovida empresários da cafetinagem, um dos braços mais fortes do crime organizado aqui na Holanda, com grande peso da Máfia do Leste (Russia e Ucrânia), que aliás faz o tráfico de mulheres. Nossa forma de atuar é discreta, pois corre-se o risco de confronto com gente barra-pesada. Nos últimos cinco anos a organização já libertou 15 mulheres, enviando-as com algum recurso e referências para outros países, ou ajudando-as para retornarem à sua terra de origem, depois de dar alguma qualificação e educação profissional alternativa. A escolha é delas, se retornam para sua pátria ou seguem para outros países. Nenhuma delas é obrigada a abandonar a prostituição; apenas se oferece a cada uma uma escolha alternativa.

Lembro-me constantemente da música de Chico Buarque, Ana de Amsterdam... a Europa e o mundo, naquele tempo, eram outros.